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"poesia despressuriza"
Nicolas Behr
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cada acaso é um caso
no entanto
a impressão final
é outra
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aprendendo a xingar
com precisão cirúrgica
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eu quero pão
tempo
e
paciência
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trago a beleza trágica
daquilo que não é
para aquilo que é
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estou entre fiapos de ossos
de fratura de alma exposta
delirando na gravidade zero do desejo
eu me desloco sem chão
na dimensão do sonho
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tauromaquia:
só consigo um rascunho
quando tento
pegar um touro à unha
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sempre esqueço
nunca trago
só a vontade
é quem me diz
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alguns acreditam que o ódio
é mais inteligente que o amor
e se acreditam
é porque eles próprios
montaram cultos e altares
sem deuses verdadeiros
esses altares que envelhecem
prematuramente os corações:
a fama e o poder
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eu faço a letra coreográfica
caligráfica
a graça da tecnologia do meu desejo
onde caibam
todas as palavras
ditas numa tela plana
em full HD
feito cinema
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missa
em nome do pai
do filho e do espírito do encanto
que eu não tive quando criança
virei um rapaz mais velho
e paz na terra
aos rapazes de boa vontade
que o rapaz passe
que o rapaz cisme
sem mim
sem você
sem ninguém
senhores
tende piedade de nós
amém
(mas sobretudo
livrai-me
e nos livrai
da ideia avassaladora
de que não me resta
e não nos resta
outra escolha)*
*Bruno Zeni
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quinquagésimo quinto mínimo
Há 13 anos
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