segunda-feira, 25 de agosto de 2008

da incineração...

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luminaria

Pra quê
o ouro dos tolos
se tudo
é o outro?

O outro é que vê
O outro é que sente
O outro é que magoa
O outro é o que não perdoa
O outro dói até no calo do pé

(O ouro é o outro dos tolos?)

Então
neste caso
o que me aconteceu
o que me acometeu
e onde
se
me
teu
eu?
.

sábado, 23 de agosto de 2008

do último episódio...

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infidelity

INFIDELIDADES

cheguei perto
bem perto
olhei nos olhos
conquistei no primeiro beijo
levei para casa numa nuvem de algodão
e seda pura
cuidei, lavei, transei, dormi
prometi dias e dias de telefonemas e chamados e carinho até não poder mais
flores de plástico e papéis de parede
quadros à lápis
depois que foi embora
chegam outro, outros
borrachas apagando

delete all the memories

olho para o lado de fora
pela janela
alguém foi atropelado no farol.
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terça-feira, 19 de agosto de 2008

sábado, 16 de agosto de 2008

do humor atual...

initiate
paciência zero

não tenho matéria
inteligência
para esse poema
agora
a matéria-pensa
- mente
luta com
a matéria-bruta
- corpo
para fazer de cada
artéria
matéria
para um novo
esquema
histérico
gritado
forçado
físico
uma briga feia
uma luta bruta
feroz
de fato

eu
árduo

dentro
do poeta
não há trégua

eu
ardo

não há regra
não há régua
que se meça
tamanha
brigaria

eu
paro
.
.

do mês atual...

jcjcjcjc

então é assim é?

eu quero
eu posso
eu deixo
eu gosto
eu quero as horas
todas
todas
todas
de

agosto

nesse mês mesmo
eu sonho
com todo cachorro louco
e mais louco é quem me diz
aposto
que na outra esquina
eu vejo
de longe mesmo
do lado oposto
alguém
pouco a pouco
cada vez mais perto
muito mais
que eu
é outro
ficando
louco
.
.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

da palavra atual...


A VERBO-SEGURANÇA PÚBLICA

a palavra
apa
rente
e mente
mortatropelada
no trânsito
pela falta do cinto de
segurança
e pela in
segurança das pessoas

a palavra quando não é segura
solta-se
e acaba sendo
atropelada
no meio da rua
no meio da boca
no meio da louca
vida urbana

atroz
cidades
com as palavras
acontecem
sempre
que as línguas não se projetam
ou não se protegem
nos lugares certos
ou não se colocam
nas calçadas, vias públicas
e lugares pudicos
corretos

as palavras têm seus lugares
seguros
e não podem se perder
fácil assim
num sinto
muito
.
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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

da poesia atual...


minicrítica

estou cansado da poesia sem simetria
e do subconjunto incompleto
do conteúdo

do todo igual todo dia

a coisa pega e aperta e não tem nada de mais em falar sobre
amor
dor
prazer
vida
do jeito que são

e “imagenetizar” tudo
não fica muito bem pros sentimentos

querem esvaziar tudo
até os bolsos

...e eu que já tirei as calças faz tempo...
.
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