sábado, 23 de agosto de 2008

do último episódio...

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infidelity

INFIDELIDADES

cheguei perto
bem perto
olhei nos olhos
conquistei no primeiro beijo
levei para casa numa nuvem de algodão
e seda pura
cuidei, lavei, transei, dormi
prometi dias e dias de telefonemas e chamados e carinho até não poder mais
flores de plástico e papéis de parede
quadros à lápis
depois que foi embora
chegam outro, outros
borrachas apagando

delete all the memories

olho para o lado de fora
pela janela
alguém foi atropelado no farol.
.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bem legal. Gostei! Abraço.

Claudia disse...

Oi, Julio,
Adorei seu narrador cruel. No início, parece apenas uma pessoa ruim, depois mostra-se até perverso, e tudo de modo bem sutil. Muito bom.
Beijos,
Claudia

Nanete Neves disse...

Um narrador duro e sincero, versos que fluem, e um escritor hábil e sensível. Lindo! Amei esse poema,a meu ver, um de seus melhores, Julio.