quinta-feira, 19 de março de 2009

das explosões...

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explosivo
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“Não faço meus trabalhos para me expressar.
Eu os faço para me modificar.”

John Cage
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dos outros...

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de A a Z small
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"Os corpos são hieróglifos sensíveis."
Octávio Paz

eternal

como contar histórias
dos outros
se o alfabeto é sempre terminado em Z?
um senão só não dá pra tanta coisa
e o mundo está cheio de letras mortas
que vestem pijamas de livros
e livros que sobram no fundo dos olhos
dos outros

todas palavras têm um estranho senso de humor
quando escrevem
dos outros
tudo é obviedade quando se olha por cima da pele
dos outros
a pele é diferente do que a gente veste

queria peles em branco
e alfabetos infinitos
e o internamente
eterno
dos outros
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segunda-feira, 16 de março de 2009

domingo, 15 de março de 2009

das partes...

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desires small
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“O futuro é uma brincadeira que a gente tropeça.”
Tom Zé

vide-se

segurar
as sensibilidades
com muito cuidado
pelo lado de dentro
segurar tudo
pra não cair de maduro
ser o tudo muito
muito eu nós muita voz muito eles
ser vários pontos de vista
ou pontos de ouvido
e não dar pontos sem nós
dois juntos
não ter só
um rumo
e não querer pessoas rasas
pra não se encher
de rasuras
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quinta-feira, 12 de março de 2009

de perto...

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de perto small
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“minha disposição poética???
AMAR a página enquanto
CARNE numa espécie per-
Versa de FODA.”

Wally Salomão

de perto
vê-se o médio espaço entre os dedos
a pouca coisa entre as roupas
os volumes e as metades
os sistemas inteiros
de inalação e tato
e os gostos
e os cheiros inéditos
muito matreiros
e excitantes

de perto
a atração é sísmica
terremotamente assustadora
tanto que se olhar muito nos olhos
o medo é de outro tezão
ou do demais que desponta
nas pontas
dos dedos
dos pênis
e pêlos

santificada culpa!

de perto
existem
demônios
soltos

(de perto EU sou um demônio solto)
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da nudez...

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naked
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dispa-se
dissipe-se
sem vergonha
sem ônus
do cabo ao rabo
ao ânus
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quarta-feira, 11 de março de 2009

dos semelhantes...

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poema joan brossa
POEMA de Joan Brossa
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no no words
para Givago Oliveira

nunca tive muita calma com as coisas.
minha paciência é um relógio invertido
e anestésicamente falando
arranco as flores do ralo.

as casas do outro lado sempre estão
tão portafechadas:
um silêncio como esse às vezes mente.
melhor mesmo não falar nada.
nas horas sem um relógio
o gosto que fica na boca é o que importa.
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domingo, 1 de março de 2009

das conexões...

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digitalized
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mesmo com
banda larga
nenhum
relacionamento
suporta
um só dia
de desconexão
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dos olhos em vista...

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edit
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mode vision

ela viu com olhos de vidro
o espelho do outro
encardido

nas plantas dos pés
os incômodos
reflexos

pisava em cacos
e mini-espelhos
a colocavam
cara a cara

e o amante
de dentro da caixa
disse entre aspas:
moldura
é o espelho dos outros
que não se enxergam
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da com ciência...

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sarcasm one
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minha biologia diz que
sou feito de carne e ossos
crus feito minha falta
feito outras reencarnações
de vidas passadas a limpo
sobra hoje/agora
o que eu tenho de passagem
e posso olhar
desavisadamente
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