"Despertos
dores de amores
dores da carne
dores da longa jornada
todas dissolvidas ante o poder da poesia
mais suave está o pulsar do coração
paira a mansidão no mais íntimo
a poesia tudo permite
transmuta vida que alivia e alegra
conecta os semelhantes e os opostos
não semeia separação nem ódio
intercede por todos
é um hino de todas as línguas
é universal
é fogo e ar
é água e terra
é a mãe natureza que declama de seu seio frutificador
está em todo lugar
manifesta-se no sutil
fala na capacidade cósmica que em todos habita
atentos devem estar os sentidos
a mais bela poesia está nas conexões do amor
é o amor a aliança poética que impulsiona a vida
que transcende o verbo e a escrita
que se manifesta nos despertos"
(11/03/15 - 01h56)
TitiTumelero ;-)
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Série de poemas com Fernando Schubach
o sexo do orgasmo
orgasmo tem sexo?
ou é barulho
ruído surdo
no escuro
a cama se debate
entre os gemidos
quem é o homem
e a mulher
se o barulho
é só de ouvido?
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as chaves
são
pessoas
com números
e identidades
mas nenhuma
abre a mesma porta
que a outra
as fechaduras
entradas e saídas
são mistérios
bem guardados
leva tempo
pra decifrar
alguns
segredos
tantas portas
escondendo
muito
medo
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afinal no seu caso
promessa era dúvida
virou dívida
e agora é coisa
da vida
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dor
a gente não supera
aprende a usar anestesia
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no mundo das faltas
a saudade cria vozes
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seja lá o que for
é amor
com certeza
com leveza
aparta
a dor
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a foça do poeta é diferente
o fassa do poeta é diferente
a farça do poeta é diferente
o nome
o tudo
o nu do poeta
é diferente
até palavra
toma outra forma
muda
pra um poeta
pode ser calada
ou de flor
ou mudar de amor
pra um poeta
até palavra
pode ser gente
de repente
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porque tudo que escreve
é sobre eu e você
e as dores do mundo
são nossas dores
paralelas
estamos vivendo
a coletividade da dor
em todo momento
de alegria
tudo é coletivo
pobres outros
que não percebem
ou sabem
mas fecham olhos
feito cela
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medo
essa porra que trava tudo
tudo é medo
e meu grito são trovões
o contrário do amor não é o ódio
é o medo!
raiva/ódio impulsiona
medo trava
medo para
é a causa estática
das imperfeições
confundindo
e confrontando
os absurdos
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já faço isso
de longe
sob encomenda
coração de poeta
é um mundo
de portas
abertas
feito de casas
com várias escadas
íngremes
que fodem
essa subida
uma vida por vez
um degrau por vez.
degrau/segundo
degrau/minuto
degrau/hora
degrau/dia
degrau/ano
até o fim da
escadaria
e que no fim não tenha chave
qualquer céu serve
desde que
acabem
os segredos
e os medos
e seus antídotos
abandonados:
vai com deus
e a deus dará
.
.
.
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