quinta-feira, 21 de maio de 2015

dos pescados...

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"el poeta 
es un pescador,
no de peces, sino de pescados vivos;
entendámonos: de peces que puedan vivir 
después de pescados."

Antonio Machado 
Habla Juan de Mairena a sus alumnos
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drogentraumbilder: 
produzir arte 
sob efeito de drogas
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a poesia 
é quando 
a palavra sai 
pra dar umas voltas 
e se perde
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não começaria
um livro pelo título 
começaria pelo fim
mudo
e
em silêncio 
dividiria em quadrados
os barulhos do mundo
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não se memoriza um rosto
olhando uma foto
o rosto excede 
a expressão:
foto
mesmo quando cede
sua sede do rio
sua sede de água 
o rosto incide 
a impressão:
foto
transbordamento 
em alto mar
vive
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cinema & poesia:
coisas feitas de
películas
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a fé 
é uma 
constatação 
de que deus
insiste
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a cor é um favor
que tenho que pedir 
aos outros
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não enxergo
mais como antes
agora enxergo
com a palavra:
meu olho é eloquente
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queria um coração 
anti-furto
e com GPS
integrado
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uma vida 
a procurar
a regra e a exceção 
dos jogos
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meu óleo 
mineral 
escorre de Minas
mas eu nego
o sangue
de onde fui
desertado
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eu não vejo
então deixa 
que eu 
ovo
e choco
um
grito
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meu sonho:
um tabuleiro de xadrez
com peças de damas
sempre vivas
sem ganhar ou perder
sem xeque
mate
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meu coração 
eletrocardioenigma
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a onda vem assim
destruindo o casco 
do mar
que responde
profundo
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odeio todos os poemas
e coisas 
que não me dizem
mágoa
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não tenho nada com isso
ou a 
quilo
perco o peso de tudo
e leve
não pago o preço
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a lógica da pessoa
é colocar tudo de si
dentro de uma garrafa
e arrolhar
jogar no mar
mais distante 
e esperar alguma
ilha
a mais longe possível 
e abrir a garrafa
ler a mensagem
e sem entender nada
descobrir
poesia
retiro de mim
significados
as mínimas etiquetas
as marcas
famosas 
e as palavras infames 
desvio dos erros 
como se fossem
reticências 
aumento
a busca por ausências 
aqui onde me esqueço 
significo
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sou pedra dos que não comem
sou pedra que jejua
sou parte das rochas
famintas
como parte das coisas
sem saber o gosto 
a título de experiência 
devoro
vida
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eu não sei de nada
nunca saberei nada
e a partir de mim
refaço 
todos os poemas
do mundo
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na plumagem dos dias
realço
voo

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