sexta-feira, 22 de maio de 2015

das desintoxicações...

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“em densas noites
com medo de tudo:
de um anjo que é cego
de um anjo que é mudo.
raízes de árvores
enlaçam-me os sonhos
no ar sem aves
vagando tristonhos.
eu penso o poema
da face sonhada,
metade de flor
metade apagada."

Poema de Desintoxicação
João Cabral de Melo Neto
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o funeral dos desejos:
o preço de uma escolha
envolve sempre
algum tipo de morte?
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não
esperar
nunca de nada
é nunca ter
...
infinito.ponto.infinito
maior que
reticências
ponto.com
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mar?
é coisa de onde
não tem chuva
e muita água
misturada
doce e salgada
o gosto
não se sabe
se perde
na maré
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exatamente por isso
um pouco de cais
e de caos
um pouco de mar
enquanto
tempestade
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ha!
essa casa cheia de meus
sentimentos
quem dera uma fresta
aberta
escapando
medos
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cada eu por si
que corre pelo meio de tudo
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trago caos
travo
desconstruo
desvios
arranco as palavras
escondidas entre as dobras
poesia de manga curta
absolutamente
descosturada
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re
compondo
me
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"Morrer será
acender uma lâmpada
na casa desconhecida"

Arnaldo Calveyra
- Canção do Marinheiro Imigrante
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