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"algo em nósnos
une e
nos invade
não sei
o que conta
nesse espelho
que nos
cabe
algo em nós
é uma ponte
ou uma
parte
algo em nós
é o outro
lado
que sabe"
LEAL, Weydson Barros. "O outro"
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uma carta de amor
onde o amor pouco pode
porque o mundo é mundo:
a trilha
sonora do
aban/
dono
soa sempre
nunca
na branca voz
da solidão
começa com a poesia
da gramática
interior
uma estrada de ossos
feitos dos piores
dias de qualquer vida
uma casa no meio
do caminho
um divã
embalsamado
com a própria
pele
do afeto que não se recebeu
ou o demais das dores
e os prazeres
nos espelhos
indestrutíveis
onde
não se alcança
o outro lado
do prazer
o reflexo
é em si
intocável
e essas coisas intensas
passam
e onde estão as flores?
canteiros a escanteio
escamoteados
tudo começando
pelo
corpo
os nomes e órgãos
herdados
o corpo
verdade absoluta da vida
e do distanciamento dela
o corpo
quase sempre
apêndice
como se a existência
se realizasse
do lado de fora
de forma que a vida
parece ser verdade
somente no outro
com o outro
no
corpo
do
outro
e dúvidas se existe vida
sem o outro
após o outro
aos pós do deserto
e do abandono
do outro
sem necessariamente
existirem desertos
correndo nas veias
e nos nervos
que nos pertencem
corpos debatendo-se
em voos rasantes próximos
cheios de incertezas
pedindo para que o sono
os leve de volta ao sonho
a outro corpo
a outros corpos
ainda que tenha que sonhar
com eles
com outros desejos
com outros voos
cegos
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as doenças tem nome
as dores não
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diga o que você quiser
para ninguém ter a sua opinião
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