quinta-feira, 16 de junho de 2016

das urbanidades...

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"mas minha sanidade 
não é o que vocês 
consideram sanidade."

Jenifer Saska
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#poesiaderua


lugar
não é mesmo o meu
trilhar o caminho certo
andar na linha
equilibrista de circo
olhado à distância
o passado é uma marcha
um feixe de nervos
manchas
e ânsias
não me pergunte
como saí vivo
da infância
e de tudo
que veio em sequência
outros enchem a boca:
“viveria tudo
outra vez”
escolho os melhores dias
e vivo só um dia 
de cada
mês

Adaptado de Ricardo Silvestrin

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ammor
assim mesmo
com cinco letras
porque
hoje
eu
preciso
de
um
amor
muito
maior

(na terapia
deu-se o poema
eu disse que precisava 
de uma palavra de cinco letras 
que começa com "a"
e termina com "r"
ela disse:
mas amor só tem quatro letras
eu respondi:
por isso mesmo
hoje
eu preciso de um 
ammor
muito
maior)

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dentro
um
estado
inabitável
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acordado?
durma 
antes
que
falte
e
falhe
o
sono
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e não te falhe
não te falhe
te falhe
falhe
não

Adaptado de Vini Miranda
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desarmar
é tão difícil 
quanto
desamar
entrego
as
armas 
como quem
entrega
a
alma
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fora de época:
o difícil 
o frio
e os pés 
no chão
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perdoar é deletar
sem tirar da lixeira
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um brinde
dos antigos
para quando os 
novos
já não 
valerem
mais
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correr
feito
um cão
atrás do próprio
rabo
e descobrir
a poesia
aditrevni
a expressão
do mesmo lugar
comum
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a palavra alma
está estrategicamente
escondida
na palavra
lâmina
ambas se cruzam
quando dos ferimentos
a palavra lâmina
- enferruja
a palavra alma
- mágoa
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o olhar
mais do que o poema
é o espelho da alma
por isso me calo
frente ao mundo errático:
deixo-o soar
estático
e com meu único existir
enfático
eu fico
foto
grafando
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cada palavra
cada poema
é meu eterno
labirinto
é na forma
que me refaço
em cada
saída
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amor de verdade
foi quando um dia
a loucura
me disse 
eu te amo
e
eu acreditei
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tenho o nome de outra pessoa
tatuada na memória
caso você queira saber
antes de tirar a minha roupa
que as coisas pra mim
mesmo as que não se apagam
duram muito tempo
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