quarta-feira, 15 de junho de 2016

das suítes...

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"meu corpo
minhas feições envelhecem:
ferida de pavoroso punhal
suportá-la?
não sei como!
não tenho forças
para suportá-la
a ti recorro
Arte da Poesia
para ti me volto
que tens noções de fármacos e analgésicos
tentando narcotizar essa dor
em fantasia e palavra
ferida de pavoroso punhal
favorece-me com teus fármacos
Arte da Poesia
que fazem
– por um átimo –
insensível a ferida"

CAVÁFIS, Constantinos.
"Melancolia de Jasão de Cleandro, poeta em Comagene".
Trad. de Haroldo de Cmapos. In:_____.
Poemas de Konstantinos Kaváfis.
Tradução: Haroldo de Campos. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
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home suite home

quero coisas
aproveitamentos
essas coisas
que são arrancadas da pele
de repente
não como susto
mas como um tratamento
inesperado
da
febre das coisas sem medida
e todos
entenderão 
porque não haverá palavras específicas 
para as pessoas se entenderem 
e todas as palavras serão possíveis
toda a diluição
da voz:
a diminuição
do impossível
e a solução
do improvável
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tudo retenho
de tudo padeço
apenas escapo
não tenho endereço
eu sou o trânsito em si
eu sou o desvio de mim
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‪#‎dialogos‬
porque deus está morto 
e a realidade 
é um antídoto horrível
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o dom é um caminho de quem sabe olhar
a luz é um estar presente
mostrar o caminho através da luz 
é um modo particular
próprio 
e extremamente
sensível 
de se reconhecer 
a luz
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se não se nasce
em
se
mente
feto
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meio sem rosto
meio sem gosto
meio a meio?
disso
fico 
com 
receio
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"Sempre penso em deus
preso na vastidão
do negrume que há por trás dos céus;
penso em deus e faço notas
sobre o silêncio e a solidão.
Concluo mais ou menos
que deus é também um pedaço de breu,
de morbidez inefável.
Quando penso em deus,
breus e vastidões,
não consigo deixar de me perguntar
em que lugar do silêncio choviam estrelas
nas tuas primeiras horas."

Origem - Jenifer Saska
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alguém 
me explica
o que está 
acontecendo?
estou a ponto
de ter um novo
surto
a gravidade dos
fatos está 
ultrapassando 
seus limites
estou desentendendo
gravemente
o caminho das coisas
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"É preciso ter o diabo no corpo 
para alcançar êxito em alguma arte."
Voltaire
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