"é das águas
do tempo
o tom difuso "
Elizabeth Browning
.
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| Stefanie Harjes | 
a solidão
não avança
quando
estou
poesia
................................................................
" O problema é que
sentir demais da conta é soda Julio, 
mata o cara"
... e sentir de menos
bem pior
desmata
mente
................................................................
porque
todo mundo
é uma ilha
se o mar
é um só?
porque
todo mundo
é uma ilha
se o mar
é um só?
................................................................
entendo
algumas
vozes
como sílabas confusas
um apagar de sentidos
palavra sem noção
me incomoda
preciso de vozes
que me evitem
desmaios
................................................................
que a navalha do mundo
me corte menos
e que o mundo mantenha
sua mão fechada
sem esses socos
invisíveis
na cara
além daquele estado
estalo
sou vivente
não mereço
silêncio
preciso de mais
espaço
que a navalha do mundo
me corte menos
e que o mundo mantenha
sua mão fechada
sem esses socos
invisíveis
na cara
além daquele estado
estalo
sou vivente
não mereço
silêncio
preciso de mais
espaço
................................................................
a noite
como rosto
em desagravo
todo rosto
tem uma morte
desenhada
em cada ruga
mesmo os mais novos 
carregam
manchas 
nos sapatos
essas rugas
mesmo
calos
e andam
devagar
................................................................
há dias quero chorar
mas tem esse sangue
na alma
coagulando lágrima 
me falta água 
e só tenho
o leito seco
de um rio
por 
dentro
................................................................
a mão não sei mandar 
por isso fujo
das despedidas
................................................................
eu amo
somente
a quem amo
sozinho
................................................................
desiguais somos
esses anjos
que nos guardam
são uns safados
não separam joio
de trigo
não escolhem companhia
deixam os olhos brilharem
em qualquer lugar 
e para qualquer um
esses anjos desiguais
nos apartam 
apertam
as asas
e seguram
o voo
................................................................
não
tenho
mais o _lh_
de antes
OO me falta
enxergo
agora
com outras
vogais
................................................................
resíduos 
de vermelho
agora que o sol se põe 
o fim do dia
e um resto
de sangue
das 
horas
................................................................
não ver
direito 
apurou minha poesia
de uma forma
absurda
é o jeito que eu ando
prestando atenção onde piso
presto atenção 
nas palavras -
esse chão 
infinito
................................................................
elevo-me
a potência 
de um eletro
choque 
até encontrar
quem ame
todas as minhas
verdades
................................................................
d e l e t r a n d o 
é 
laranja
poesia
descascada
e em gomos
................................................................
o que é o orgasmo?
para alguns
é a arte 
de se perder 
o branco
sem se perder 
do outro
orgasmo é cor
quando dá branco em um
e o outro treme
quando dois se perdem 
sem precisar de mar
quando pensa que afoga
mas é terra firme
orgasmo é fogo
e quando se ama
redime
nenhum orgasmo
reprime
................................................................
a vida
linha
vai e volta
está 
vezes torta 
mas
pratiquemos
................................................................
quando eu voo
das coisas que me prendem 
desdenho
bato asas 
ou fico quieto
vento potente
de frente
a mim vem 
igual fumaça 
no meu voo
eu me elevo e
das coisas que me prendem
desdenho
................................................................
oração 
com vontades
coração 
com saudades
pinta
e
trans
borda
................................................................
a vida
viciosa
como 
andar
em círculos 
uma cela
quadrada?
.



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