domingo, 1 de maio de 2016

das flutuações...

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"Desconfiai do mais trivial, na aparência singela,
e examinai sobre tudo o que parece habitual,
suplicamos expressamente, não aceiteis o que é de hábito
como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada, nada deve perecer natural,
nada deve parecer impossível de mudar."
Bertold Brecht
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ouça
o oceano
ao pé das estrelas
do mar
a praia
de peixes
pescados a olho
no fundo do mar
um estado
de horizonte
como se por dentro
um navio
um náufrago
sua ilha
íris
flutuante
na linha
do horizonte
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primeiro
de
maio
dia
do
batalhador
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minha veia
sangrando
o nome de um amor
enquanto arranca do mapa
mais um lugar comum
e na minha mente explodem catedrais
aqui é a cabeça de um poeta
dolorido
trancado no quarto
repetindo um acorde
de uma lembrança
de um violão
infinito
as engrenagens da saudade domesticada
nas grades cotidianas
a tirania da comunicação
o tiro ao alvo da distância
o abraço do amor e da sorte
e na volta ao infinito
nos prantos decorados com o sagrado sedativo
tabaco, tranquilizantes
e toda mentira que a gente precisa
para bilhar no escuro
porque houve
um choro
interrompido
na hora de deslizar os secretos
silêncios
e deter a fúria de Deus

adaptado de Rita Medusa

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