terça-feira, 17 de setembro de 2013

dos tolerâncias...

.
"a gente carece de fingir às vezes que raiva tem,
mas raiva mesma nunca se deve de tolerar ter.
Porque, quando se curte raiva de alguém, é a
mesma coisa que se autorizar que essa própria
pessoa passe durante o tempo governando a idéia e
o sentir da gente; o que isso era falta de
soberania, e farta bobice, e fato é."
Riobaldo
.



























.......
o amor 
peregrina
sem rumo
em meu corpo
vida adentro
.......
poeta é um caldo de gente
que decifra palavras 
e seus escuros
poeta é o coração do outro
terra que ninguém pisa
ninguém ousa
limitar o poeta de terras
distantes é olhar de preguiça de gato
como quem não espera nada
poeta odeia o ato de se dividir além das letras 
e valida o dia conforme o poema
poeta tem o cuidado de colar os amores trincados 
com rimas tão estranhas que amor acaba 
na porta do vizinho na beira da margem de lá
poeta anseia pelas primeiras águas 
atravessando imenso deserto 
com uma sede sem rumo
poeta se faz ao transbordar a vida
se faz lágrima e rola salgando o passado morto 
que dorme no canto da boca
poeta explica na faca o outro lado do corte 
e percebe que viver é legendar o mundo
........
no princípio
era o verbo
amar
que eu guardava
debaixo de muitas palavras
depois ele me escapou
para nunca mais voltar
e entendi
que amor é verbo
escorregadio
e volta
quando bem me quer
ficar
........
meus dentes
quebrados
por vários 
motivos
de
morder
vida
.

Nenhum comentário: