quarta-feira, 11 de setembro de 2013

dos Ma-teus...

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"O oposto da depressão não é a felicidade, mas a vitalidade, e minha vida, enquanto escrevo isto, é vital, mesmo quando triste. Posse acordar de novo sem minha mente em algum dia do próximo ano: provavelmente ela não ficará por aí o tempo todo. Enquanto isso, porém, descobri o que tenho que chamar de alma, uma parte de mim que eu jamais teria imaginado até o dia, sete anos atrás, em que o inferno veio me visitar de surpresa. É uma descoberta preciosa. Quase todo dia sinto de relance a desesperança, e cada vez que acontece me pergunto se estarei me desestabilizando de novo. Por um instante petrificador aqui e ali, um rápido relâmpago, quero que um carro me atropele e tenho que cerrar os dentes para continuar na calçada até o sinal abrir; ou imagino como seria fácil cortar os pulsos; ou experimento famintamente o metal do cano de uma arma na boca; ou fantasio dormir e jamais acordar de novo. Detesto essas sensações, mas sei que elas me impeliram a olhar a vida de modo mais profundo, a descobrir e agarrar razões para viver. A cada dia, às vezes combativamente e às vezes contra a razão do momento, eu escolho ficar vivo. Isso não é uma rara alegria?"
Final do livro O Demônio do Meio-dia – Uma Anatomia da Depressão, 
de Andrew Solomon










































Mateus
para onde foram
os teus
do teu nome?
é meu dever te avisar
que não foram os primeiros
e nem serão os últimos a retardarem a marcha
esperei-os no ponto
eles não foram depois
Mateus
os teus te desafiam
e correm o cuidado
de mofar sua pessoa
capaz de te deixarem ao relento
a passo de tartaruga
os teus
se vão - menos
eu
os meus
meus Mateus
não passam
.

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