sábado, 2 de janeiro de 2016

das sobriedades...

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"numa tarde
vermelha
eu perdi
minha vergonha"

Julio Carvalho
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a natureza
não
permite
enganos
fisiologicamente
o inevitável
é expurgado
sem culpa
raiva
ou lugar
o corpo não se limita ao seu véu de pele
é preciso até
que em seus lugares
existam
escapes
o corpo
repele
o resto
das coisas
digeridas
sem nenhum
pudor
o fato é que o corpo não mente
quando se cansa
todo corpo
ex
pele

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essas
obscuridades
desumanas
são as minhas
maiores
dores
pontualmente
a dor é escondida
pontualmente
a dor
é estagnada
pontualmente
quem não percebe
a sua dor
não sabe
de nada

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a identidade da língua

meu coração
num retrato 3X4
abre tua boca
e um beijo
acontece
na saída
de emergência
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porque o hoje é um cansaço que não cura
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tenho um coração 
intenso
e uma forma inconveniente
de amar as coisas
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imagino meus nervos 
empurrando a palavra
pra fazer uma poesia qualquer
por isso dói tanto nos nervos
a construção
de certos
poemas
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