segunda-feira, 18 de abril de 2016

das reconstruções...

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"a palavra é ponte
entre mim e o mundo
para atravessá-la
posso demorar
ela é sobre o mar"

elos - Liria Porto
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póstumo costume de amar 

-Não sei o que é amor.
-E você sabe inventar?
-Sei.
-Então sabe o que é amor.

prefira o amor que precisa sempre 
dos beijos teus, beijos meus
como resposta 
faça planos, faça malas, 
desfaça receios, disfarce medos
e continue aqui, com GPS, 
mas perdido
pensando em algum encaixe
lembrando de tudo antigo que foi amor
e percebendo que desse ângulo do amor 
as esquinas parecem todas iguais
inventemos algo pra chamar de amor
um lugar, uma ideia, um fetiche
um amor tateando as coisas e cego segundo a chuva
a nele toda dor o amor pode
a alma parece calçar poesia quando ama
o amor é a medida de quantos de nós existem entre nós
o fim do amor é como quando sai de cena o mágico?
que restará do encanto? 
há de ficar comigo a música de antes? 
algum espinho? um ás? um espanto?
quando amor
vai se formando do lado
um outro que não sou eu
e nem é nenhum de nós
é uma outra pessoa
com modos de ser azul
e de estar céu
nesse outro público
são aplausos constantes
do quando estando juntos
os que se amam
ficam
em segredo
todo início é fácil.
o que peço meu bem, 
é que a gente estenda o meio e fuja do fim.
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véspera

planejando a saudade 
antes que aconteça
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aquele cara
me rendeu
uma época
dos meus melhores poemas
todos
infelizmente
de 
desamor
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os cães ladram
e a caravana 
disfarça
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