segunda-feira, 28 de março de 2016

das permanências...

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"por ser amor
permaneço
construo sobre a luz
e um bocado dos meus dias
constrói comigo"
Adônis
.



























amor et tussis non celantur

o acesso às coisas
ou o acaso
não fazem a mínima diferença
para o amor
ele ignora
certas tendências
abusivas
de falar demais
ou acontecer
demais
o amor
é instante
incompreensível
ou se vive
ou se morre
dele
constantemente
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já cavalguei 
pelo espaço 
dirigi cavalos marinhos
naveguei pelos quatro 
cantos de Andrômeda 
e pelos sete mares revoltos
com as mochilas 
a jato de extraterrestres
e barcos a vela de fogo
nesse planeta 
presente
é só fazer adaptações 
devidas pra montar nesses caixotes 
metálicos 
elétricos 
que os terráqueos 
chamam de
automóvel

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raiz

o corpo em convulsão 
num abraço 
um risco de vidas
cruzadas há tempos
escuto por dentro
a falência de memórias 
futuras 
mas o presente me deixou
um contraste
cores entre selva 
e cidade
as cores podem até 
algum dia
não serem as mesmas 
mas distância,
tempo 
até mesmo morte
não podem
romper
esse
vórtice 
entre
nós
..................

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