segunda-feira, 5 de outubro de 2015

das origens...

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"voem adentro
penas douradas que seguem ao sol
aquelas que não foram
nesta
súbita noite vestida de luas
chovem as penas que seguem ao sol
voem que eu sorrio
não importa onde
se ao norte
se ao leste
não importa onde
enquanto voarem em mim
voem penas douradas
pedaços de sol
e enquanto isso sonharei
é noite aqui
que não caiam suas asas
enquanto durmo
adoro levar você em mim"

do filme "cuatro lunas"
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Mihoko Ogaki 



































que eu seja
bem-vindo
de volta
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vinho e choro
como se fosse
lágrima de um azul 
noturno
ainda durmo 
calado
mas deixo 
me molhar
no escuro
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"Termino quando aconteço"
Chico Carvalho

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rabiscos
humanos 
deixados
"in vivo"
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todo fim
tem um
tropeço
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esse luxo
que detenho
não custa caro
pois é de dentro
eu pago o preço
e alcanço
o valor
desejado
sem desgastar
nada
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a palavra amarrada
nunca é poesia
a voz calada 
nunca é canção
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tenho pouco tempo
tenho pouco tido
tenho pouco raso
tenho pouco dito
tenho pouco a pouco
silenciado
isso
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abençoados os que esquecem
e mantém a mente livre
e quieta
onde tudo é novo
e não existe
risco
de engano
e o medo
é só um fato
ainda não acontecido
abençoados os que esquecem
e aquecem
lembranças
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variações sobre o mar e amar

o mar não é chegada, é partida. 
amar não é escolha, é destino.
amar não e chegada, é destino. 
o mar não é escolha, é partida.
destino é não amar, é partida. 
escolha é mar, não chegada.

com Otto Leopoldo Winck & Eliza Pratavieira
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ser
capaz
de
voar
mesmo
com 
pés 
no
chão
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tentar
um outro
como se eu fosse 
posse
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essa música 
ninguém entende 
nada
esse poema 
ninguém entende 
nada
alguma coisa se estende 
lá fora
a chuva
acaba
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uma cicatriz
sem a pele
da rua
ou
sua
cicatriz
na pele
da rua
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