quinta-feira, 29 de outubro de 2015

das alturas...

.
"por que nada permanece inteiriço
em sua casca,
protegido?
um dia racha
e pela fenda
passam peixes e navios
fantasmas que na noite ganham vulto:
fogo, chama, fumaça
nada permanece inteiro
tudo se esgarça
assim é o intervalado texto do destino,
forrando a mesa
por que não se estende eterno,
se é tão fino?
por que não dura a inteireza?"



































braço direito
esquema livre
braço esquerdo
pensamento
absurdo
nada é destro
quando se
ama

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nos meus desertos
de areia
movediça
candelabros falsos
iluminam
ampulhetas
perdidas


................................................


essa 
emenda
em mim
sangra mais
quando é
passado


................................................


manhã de fórceps 
contra a parede
num ponto de ônibus
passa
gente
aos solavancos
nada é polido
nesse
tempo
cinza


............



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