“A arte genuína
não conhece
nem fim
nem intenção”
(Eugen Herrigel,
em “ A Arte Cavalheiresca
do Arqueiro Zen”)
.
Photo by Bryant Lee |
estou em desuso
por ser muito emocional?
quem diz isso
não sabe
de
cor
o que dizem
os olhos
dos outros
as pessoas
ecoam
vazios
desemocionadas
.......................................................................................
INTRO/
silêncio
é um lugar
onde ninguém
me atravessa
SÓ/
observando
pessoas
e as suas
obviedades
próprias
acontece
que em tudo
a vida para
em algum ponto
ou emoção
e fica contida
dentro de um
escuro
escudo
vácuo
de
silêncio:
esse lugar
onde ninguém
me atravessa
mesmo que ainda
eu seja parte
de luas crescentes
e várias noites
de eclipses
do dia tiro fantasmas
da noite
conclusões
sigo
as paixões
e os faróis
acendem
quando as atravesso
ainda busco
respostas
na luz
e sonho
acordar
intacto
por aqui
ainda passo
oculto pelos escuros
e meus dedos
dormentes
escrevem
alucinações
não quero repetir
pessoas
obviedades
e silêncios
por onde andei
deixei sinais
dos meus eus
com todos
os mais intensos
atos
de
doramor
que ficaram
gravados
em
palavras:
eu vim
vou
e sou
poeta
.......................................................................................
minha cabeça dói
de um jeito
que o sono foge
e de longe espero
o cansaço me
alcançar
não vejo dores
mas os antigos medos
vindos da lua cheia
(de hoje)
um céu sentir estranho
quando
não entendo
essa coisa das esperas
sinto algo
ruim estando bem próximo
inferno
inferno
astral
que me protejam
estrelas e afastadas
as caixas de Pandora
só me resta
escapar
com
algum
estado
de esperança
no fundo
da caixa
da insônia
minha cabeça dói
.......................................................................................
os sentimentos
são tão frágeis
como plantas
não sei se rosas
com espinhos contam
cada erva
daninha
atirada de lado
é uma foice
a menos
não entendo
lidar com árvores
galhos e folhas
não deveria ser tão
difícil
enquanto isso
me quebro
e faço curvas
tantas quantas necessárias
ao vento
e quando me canso
mudo
deixo o fruto
apodrecer
e cair
não recolho
fruto
morto
esse mal
todo mal
a terra há de comer
.
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