quarta-feira, 8 de abril de 2015

dos desusos...

.
“A arte genuína 
não conhece 
nem fim 
nem intenção”

(Eugen Herrigel, 
em “ A Arte Cavalheiresca 
do Arqueiro Zen”)
.
Photo by Bryant Lee




































estou em desuso
por ser muito emocional?
quem diz isso
não sabe
de
cor
o que dizem 
os olhos 
dos outros
as pessoas 
ecoam
vazios 
desemocionadas
.......................................................................................

INTRO/

silêncio 
é um lugar 
onde ninguém 
me atravessa

SÓ/

observando
pessoas
e as suas 
obviedades
próprias 
acontece 
que em tudo
a vida para
em algum ponto 
ou emoção 
e fica contida
dentro de um
escuro
escudo
vácuo 
de 
silêncio:
esse lugar 
onde ninguém 
me atravessa 
mesmo que ainda 
eu seja parte
de luas crescentes 
e várias noites
de eclipses
do dia tiro fantasmas
da noite
conclusões 
sigo
as paixões 
e os faróis 
acendem
quando as atravesso 
ainda busco
respostas
na luz 
e sonho
acordar
intacto
por aqui
ainda passo
oculto pelos escuros
e meus dedos
dormentes 
escrevem 
alucinações 
não quero repetir
pessoas
obviedades
e silêncios 
por onde andei
deixei sinais
dos meus eus
com todos
os mais intensos
atos
de
doramor
que ficaram
gravados
em
palavras:
eu vim
vou 
e sou
poeta
.......................................................................................

minha cabeça dói 
de um jeito
que o sono foge
e de longe espero
o cansaço me 
alcançar 
não vejo dores
mas os antigos medos
vindos da lua cheia 
(de hoje)
um céu sentir estranho
quando
não entendo
essa coisa das esperas
sinto algo
ruim estando bem próximo 
inferno
inferno 
astral
que me protejam
estrelas e afastadas
as caixas de Pandora
só me resta
escapar
com
algum 
estado
de esperança 
no fundo 
da caixa 
da insônia 
minha cabeça dói
.......................................................................................

os sentimentos
são tão frágeis 
como plantas
não sei se rosas 
com espinhos contam
cada erva
daninha
atirada de lado
é uma foice
a menos
não entendo
lidar com árvores 
galhos e folhas
não deveria ser tão 
difícil 
enquanto isso
me quebro 
e faço curvas
tantas quantas necessárias 
ao vento
e quando me canso
mudo
deixo o fruto
apodrecer
e cair
não recolho
fruto
morto
esse mal
todo mal
a terra há de comer
.

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