“Quero que me vejam aqui em meu modo simples,
natural e corrente, sem pose nem artifício: pois é a mim que retrato.
Meus defeitos, minhas imperfeições e minha forma natural de ser
hão de se ler ao vivo, tanto quanto a decência pública me permitiu.
Pois se eu estivesse entre essas nações que se diz ainda viverem
sob a doce liberdade das leis primitivas da natureza,
asseguro-te que teria com muito gosto me pintado por inteiro e totalmente nu”.
Michel de Montaigne
.
.
amém:
deixai-me
a mim
e a meus
silêncios
em paz
................................................................
meu comportamento:
mudo
ou
iludo?
silencia
mostra
aposta
em
não ser.
por enquanto
- com raffab raffab
................................................................
sem pensar
ser acometido de
virar cometa
incendiar na estratosfera
ser uma fera
cometer doze pecados
faltando poucas horas para se acabar
perder amigos no facebook
perder a vergonha
perder a linha
descosturar
falar a vírgulas errados
desistir dos finais infelizes
não sabotar
mais nada
sem saber
- com noemi jaffe
................................................................
querem que eu seja original
que tudo o que eu diga seja
original como o pecado
original como os postes
que perfilam seu cinzento perfil concreto
na origem das esquinas
e ao longo das sarjetas
eu não me desculpo
sou algumas vezes infeliz
contradizendo a obrigação
das falsas felicidades
e não sigo as cobras
as regras
as partituras
eu ando torto
pelas linhas de onde nasci
os trens são de ferro
mas eu não
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário