quarta-feira, 9 de outubro de 2013

das carências...


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"Penso que cultivo tensões
como flores
num bosque onde
ninguém vai.

Cada ferida - perfeita -
fecha-se numa minúscula
imperceptível pétala,
causando dor.

Dor é uma flor como aquela,
como esta,
como aquela,
como esta.
"
Robert Creeley
(Da coletânea A um, tradução de Régis Bonvicino, 
publicação da Ateliê Editorial.)



























ópera glasses - Julio Carvalho


carência: no escuro, vejo o brilho maligno dos seus dois olhos. têm fome e esperam junto ao cio a inadiável sede de um animal. nunca falha, a espera. serei eu, hoje, que os olhos devorarão. não tenho sede. engulo seco. o que não suporto mais é a solidão de minha carne.

Adaptado de Raul Drewnick
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