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dos transbordamentos...
"transbordo
não nego
volto quando couber"
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eu não sei ser pássaro
não conheço a história do fogo
mas acredito que a minha vontade
deveria ter asas
justiça poética
se faz
às cegas
quero separar o joio da entrega
veneno:
sou forjado em cobras de arte
quero poemas mudos
que entram pelos ouvidos
e saem pelos olhos
quem espero só me cansa
hoje sobe-me o mar
em ondas
sonoras
preciso de silêncio em concha
de ondas do mar
que não morram na praia
de que adianta você vir música se eu sou orquestra?
de que adianta você vir palavra se eu sou poema?
as bocas e os avessos
tem tropeços
incomunicáveis
eu não vasculho
os navios
naufragados
sem âncoras
crônica para um desinteresse repetido:
pessoas que vazam
do zero
e se alimentam
de nada
indo a saturno
para tentar ser
menos
soturno
.
Um comentário:
lido,lindo,lindo
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