sábado, 27 de julho de 2013

das nuvens...

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"Não me prendi. Entreguei-me completamente e fui.
Para os deleites que, metade reais,
metade revolvidos em meu cérebro estavam,
fui, em plena noite iluminada.
E bebi dos vinhos fortes, assim como
bebem os destemidos do prazer."
- K. Kaváfis





























.......
nuvem

essa coisa de torre de marfim aberta aos céus me fascina
a dureza vadia da alma inventada
faz de conta que é dureza
mas não é nada

.......
amor residual, acho tendência.

não acho tendência
acho certeza
- certeza de não estar
.......

ontem foi foda 
e hoje acordei sensível
demais para um só
acho que estou muito cheio de
esvazio-me
nem sei como

hoje
procuro
alguma poesia
que me
acalme
.......

a gente não gosta do que é igual. 
a gente gosta do que complementa

é tanta palavra que precisaria de um avental no corpo
por enquanto babando silêncios

entre a palavra em branco 
e o silêncio dos cafés
o desesperador contágio 
entre corpo e alma:
a linguagem sofre
calada

desdisse
o amor
ao contrário

queria ser igual
ao rascunho do poema
que não tem vergonha
de errar

o infinito mais breve 
acontece
quando a gente quer
ganhar o ar

.........
um sentimento de mais ou menos
um meio dia
um meio frio
a meia coberta de garoa
em plena Paulista
almas congeladas
o farol preso
no verde

sigofrio
.........

e minhas vírgulas sobrancelhas...

............
ossos de inverno
se confundindo com 
os ossos do 
ofício

egopress:
caí em mim
tropeçando
indecididamente

quero frases como aquela que foi embora e deixou saudade
frases misteriosas são precedidas do desejo de conhecê-las

o poeta sai do homem
vira poema
entredor e alegria

cada um cadáver como quer ver

aguardando
um estado
de imaginação
sem divagações


não espere 
no final 
só há o fim 
.

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