sexta-feira, 28 de outubro de 2016

das redondezas...

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"quando há ferrugem, no meu coração de lata!
é quando a fé ruge, e o meu coração dilata!"

Teatro Mágico


giratorium



































canso de palavras
provisórias
quero as 
definitivas



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"eu não sei na verdade quem eu sou
já tentei calcular o meu valor
mas sempre encontro algum sorriso
e o meu paraíso é tentar estar onde estou
por que a gente é desse jeito?
criando conceito pra tudo que restou
palhaço é um homem todo pintado de piadas
céu azul é o telhado do mundo inteiro
sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro
mas eu não sei na verdade quem eu sou
já tentei calcular o meu valor
mas sempre encontro algum sorriso
e o meu paraíso é tentar estar onde estou
eu não sei na verdade quem eu sou
descobrir
de onde veio a vida
que onda move a vida
de onde vim
e vou
por onde entrei
deve haver uma saída
mas tudo fica sustentado
pela fé
que na verdade ninguém
sabe bem
o que é
velhinhos são crianças nascidas faz tempo
com água e farinha
colo figurinha e foto em documento
e vejo nuvem em forma de algodão.
tambor no meu peito faz o batuque do meu coração
mas eu não sei na verdade quem eu sou
já tentei calcular o meu valor
mas sempre encontro algum sorriso
e o meu paraíso é tentar estar onde estou
eu não sei na verdade quem eu sou
perceber que a cada minuto
tem um olho chorando de alegria e outro chorando de luto
tem louco pulando o muro, tem corpo pegando doença
tem gente rezando no escuro, tem gente sentindo ausência
palhaço é um homem todo pintado de piadas
céu azul é o telhado do mundo inteiro
sonho é uma coisa que guardo dentro do meu travesseiro
mas eu não sei na verdade quem eu sou
já tentei calcular o meu valor
mas sempre encontro algum sorriso
e o meu paraíso é tentar estar onde estou
eu não sei na verdade quem eu sou"
Eu Não Sei Na Verdade Quem Eu Sou - Teatro Mágico
- uma releitura.

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neo blues
as coisas
voltando
ao rumo
das
coisas
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"não tem porque 
interpretar um poema. 
o poema já é uma interpretação." 
Mário Quintana
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toma-se conta
torna-se conta
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ocupação
lugares e
barulhos
de dentro

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“o intelecto humano é forçado a escolher
entre a perfeição da vida e a da obra
e se escolhe a segunda
sujeita-se a viver
sem a paz de um lugar
na escuridão
que sobra”

trad. livre de W. B. Yeats

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quem teme
o infinito
esquece
que o todo
agora
acaba
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absolutamente
na verdade
não pertenço
a nada
em parte alguma
nunca estive
à vontade
andei por lugares
até interessantes
e conheci pessoas do mesmo modo
mas cheias de conflitos como eu
meio areia
meio espuma
nenhum mar aberto
e à nada
DE VERDADE
me entreguei
trocava a sombra
pelo vento
e o agora
pelo infinito
desfolhava visões
me acostumando
às minhas
uma por uma
tocava as coisas
pouco a pouco
desvenci/
/ilhando-me
delas
pelas
entranhas
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água forte
um dia
diferente
na cabeça 
de acordo
com a caligrafia
dos sonhos
a mão
numa suposta
intimidade
era mais que um
sentimento
de ação
imediata
o retorno
à um estado de suspensão
imperceptível
aos olhos diários
saí dali
surreal
descendo o assunto
para o degrau
das coisas práticas
menos poéticas
não reter temores
nos braços
para evitar
o adeus
a qualquer breve
esperança
evitar a espuma da loucura
em torno
dos lábios
não tomar nenhum sofrimento
como a luz de um exílio
continuar
pelas lentas viagens da alma
embriagada
pela nau
da dúvida
em semi-ácido


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bem
antes
do encontro
já existia
o palco 
em
si

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"a médica pediu para tirarem quatro pedacinhos
do meu coração para uma biópsia.
achei aquilo tão poético.
'... ela mandou arrancar quatro pedacinhos do meu coração.
depois mandou examinar os quatro pedacinhos.
um para saber se eu tenho medo,
um para saber se eu tenho dor,
um para saber os meus segredos,
um para saber se eu sinto amor.
ela é médica e tem todo o direito
de arrancar o que quiser de mim', cantou Gil."
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confusão

"essa palavra vem do Latim confusio,
“mistura, desordem”, de confundere,
“misturar, transtornar”,
formada por com-, “junto”, mais fundere, “derramar, fazer fluir”.
lidar com algo líquido é meio complicado em matéria de ordem,
pelo seu comportamento caótico."


o difícil método
de não fluir
e deixar de ser
possível
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