"Há os vãos,
Os alçapões pesadosDos desvãos
Há os trincos,
As fechaduras
Os degredos,
Os segredos,
Há de haver..."
Gê Muniz
foto: na porta ao lado by Julio Carvalho
o mar não estava para peixe
vendo tubarões
não mergulhei
o risco é a onda permanente
as marés
que o digam
insistentemente
palavras são janelas ou são paredes
palavras que condenam ou libertam
quando falo ou quando ouço
que a sinceridade brilhe através de mim
há coisas que preciso dizer
coisas que significam
se as minhas palavras não forem claras
precisarei de ajuda para libertá-las
se pareço menosprezar alguém
se parece não me importei
tente escutar por entre as minhas palavras
os sentimentos que compartilhei
mato saudades: não exijo recompensa
escrever bem é saber aumentar o prazo de validade da palavra
o sono
é uma pequena morte
recuperável
sou
pau para toda obra
desde que nenhuma cobra
me envenene
no caminho
aprecio vagalumes
e fico aceso
se existe paixão na casa ao lado
abro as coisas feito brinquedo
esperando novidade
se não for assim
não vale a pena
estar aqui
acordado
à toa -
prefiro o sono
a despertar
sem graça
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