quarta-feira, 20 de novembro de 2013

das infâncias...

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"Mas existe verdadeiramente outro rumo? 
Na verdade, só existe a direção que tomamos. 
O que poderia ter sido já não conta."
- Mario Benedetti
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menino menino mundo menino mundo....
selva de pedra
menino microscópico
o peito gela onde o bem é utópico
é o novo tópico meu bem
a vida nos trópicos não tá fácil pra ninguém
é o mundo nas costas e a dor nas custas
trilhas opostas la plata ofusca
fumaça buzina ....
faíscas na fogueira vem de rua  
chamusca
só no tipo slow brow
onde vou vou
leio vou vou
até esqueço quem sou sou
calçadas barraco de monte
a voz ecoa a sós mas ninguém responde
miséria soa como pilhéria
para quem tem a barriga cheia
piada séria
fadiga pra nóis 
para eles férias
morre esperança
e tudo isso aos olhos de uma criança
gente carro vento arma roupa ..........
aos olhos de uma criança
gente barro vento carma boca
aos olhos de uma criança
gente carro alento calma força sorte
sente o pigarro atento alma força  morte
aos olhos de uma criança

airgela...

é café algodão é terra é pé no chão é certo é direção afeta
é solidão é nada é certa é coração é causa é danação 
é sonho é ilusão é mão na contra mão é mancada
é  jeito é o caminho é nóis é eu sozinho
é feito o desalinho perfeito o carinho é cilada
é fome é fé é cedo é noite é segredo
é choro de boca calada
saudades de papo pai quanto tempo faz
a esmo
não é que esse mundo é grande mesmo
a melodia dela no coração o tema
o feitiço o retrato tipo Adoniran
em Iracema
só lágrimas no escuro e solidão
quando o vazio é mais do que devia ser
lembro da minha mão na sua mão
e os olhos enchem de água sem querer
aos olhos de uma criança
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debaixo das ondas
o mar entende
os seus naufrágios
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todos precisamos de amor
mas quantos podem dar?
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gente que muito fala
falha
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sozinho é melhor do que o tédio
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o futuro não prevejo e o passado eu esqueço
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quero segurar bem as palavras pelo avesso
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o poeta é um fingidor - será que por isso que sou?
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uma Pessoa depois de Lorca

o pranto é um cão imenso
o vento é uma tulipa de medo
um livro de poemas é um outono morto
e as veredas do poema são perigosas
por isso a calma quando ando entre elas
eu me sinto oco de paixão e loucura
nessas horas se meus dedos pudessem desfolhar a lua
uma angústia de de céu, mundo e hora
envenenado de cicuta e paixão de amarga ciência
acaba tudo em esquecimento
onde não há sonho: carne viva
e não há espelho que nos tire de nós mesmos
acaba o poeta sendo um fingidor
- será que por isso que sou?
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