sábado, 24 de março de 2012

dos débitos...

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"Melhor então um afogar de vida
antes que tudo se acabe
num raso de morte."

Julio Carvalho
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roses
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débito

sem os afetos aprisionados
animalizo-me bem comigo mesmo


navega-se
entre o frágil e o poderoso
entre a falha e o trapo humano

estamos entre as paixões:
do romance banal ao trágico imprevisível
do imenso espaço inicial ao afeto risível

todas as palavras de hoje
não traduzem
não fazem jus
a nenhum possível amor
de amanhã
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“Ao cruzar este caminho
Terás a boca inebriada, a carne extasiada, a alma diluída
Serão infinitos os deleites. Salivas, escamas, sabores
Sangue vísceras venenos e amores

O traço desconcerta. É impróprio, Imperfeito
O discurso direto e reto desconstrói
O talho fere fundo. Escorre
Mansinho. Mata

Tudo o revela. Nada o alcança ou acalma
Fino risco limite entre tudo que faz e tudo que almeja
Linha firme limítrofe
Livre no sonho, arrebatada na Terra

Em três instantes
Abre o peito rasga o tórax, lança vibrante o pulso nu
Em carne viva... Morre

Ouse cruzar este caminho
E fique a memória encarregada do resto.”
Grafite & Nanquim - Carolina Guaycuru
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