"sonho o poema de arquitetura ideal
cuja própria nata de cimento encaixa palavra por palavra,
tornei-me perito em extrair faíscas das britas
e leite das pedras."
fábrica do poema - Waly Salomão
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photo by Felipe Bittencourt
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contratempo
há uma demora na correria
no olhar e na distância
um preparo antes
dos olhos
e não tem outro meio outro jeito
pois agora é essa
urgência
dessas coisas que se não já
depois esquece passa
porque o medo toma conta
e não se faz mais nada
(o medo tem seus momentos)
hora agora de fronteira
de exílio
de limite
de sobreviver correr
mais que o vento
que a sombra
que a luz do outro lado na velocidade da luz do salto
do susto
um pulo
se foi
mais um muro
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