sexta-feira, 13 de agosto de 2010

dos diamantes...

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"(A poesia) Quando ela vem, de um de seus abismos, não respeita a lei.
Nem sei se poesia é literatura. Não faço na hora que eu quero.
Ela nasce do espanto. Não é nenhum milagre.
Não posso determinar: hoje vou fazer poesia. É impossível.
Qualquer coisa pode espantar o poema. O galo cantando no quintal...
O barulho de um osso da perna encostando no outro. Não tem explicação."
Ferreira Gullar
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cadências

quando jovem
com estruturas flexíveis móveis
acontecem espaços
para todas as coisas

as coisas todas juntas

envelhecido
as partes de carbono aquecem
aprendem com rigidez
imóvel

as coisas todas juntas

o diamante sofre
bruto
fica pedra de um anel
solitário
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Um comentário:

Daqui Por Diante disse...

que bacana, hein? :) e a trilha sonora, espectacular.