quinta-feira, 12 de agosto de 2010

das portas...

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"queria fazer uma poesia
em que a linguagem nascesse com o poema.
a linguagem velha envelhece a coisa nova."

Ferreira Gullar
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outra porta
(a porta revisited)


no momento
em que a porta se fecha
o rompante destampa a possibilidade
há o susto
uma suspeita do lado de lá
a curiosidade que vara o buraco da fechadura
(sorte ou azar ou cara ou coroa)
a chave é um segredo e não mostra

meio que

segundo momento

dois corpos atravessados
ferindo em surda-batida-estanque
sem dó
aindassim
tem porta
o imóvel batente
que faz tempo que não abre
tem outro lado quando
revelado rangido
é muita
ousadia
.

2 comentários:

Ligia Montagna disse...

Me apaixonei pelo seu blog no instante em que entrei nele. Logo no título o amor bateu!!! heuehue
Parabéns! muito bom!
Estou seguindo com muito prazer!

JULIO CARVALHO disse...

Obrigado Ligia!!