quarta-feira, 18 de junho de 2008

do pobre outro...


...enquanto isso
na casa ao lado:

conto de facas
o gasto de botas
a falta mágica
eram meus des
contos de fadas
quando eu era criança

eu não tive infância
só tive
fome

5 comentários:

Lu Faria dos Anjos disse...

Julio,

Que profundo isso, menino!
Esse tipo de infância não termina nunca, não é mesmo?
Parece-me uma questão de saúde social e política, melhor dizendo, uma doença que que acompanha as gerações há muito tempo.É uma realidade que cresce a cada minuto...sem gato de botas sem fadas, sem alimento, sem amor.
Parabéns

Sady Folch disse...

Júlio...sem palavras...viveu o que muita gente precisaria ouvir, apesar de ver e não querer escutar.
Lindo
Sady

Olga disse...

Ótimo! Crítico, mas gostoso de ler! Que trocadilhos maravilhosos! Adorei, Julio!

Petê Rissatti disse...

É o fundo, é o fundo meu amigo. Onde queremos tocar, o que evitamos ver, o que queremos saber. É o fundo...

Muito bom, parabéns!

Nanete Neves disse...

Ótimo jogo de palavras e o tom confessional. Amei!