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"Do alto vos falo, onde
acrescento azul de muitas cores
ao outro azul que os olhos vossos vêem
quando outra coisa não há no chão que ver.
Do alto me assobio,
vertendo em vós silêncio alçado
por cima dos ventos nos buracos
que a vossa vida minam.
Do alto assumo ser
preso ao chão que me solta
e estar como um farol assinalando
a possível e vera liberdade."
acrescento azul de muitas cores
ao outro azul que os olhos vossos vêem
quando outra coisa não há no chão que ver.
Do alto me assobio,
vertendo em vós silêncio alçado
por cima dos ventos nos buracos
que a vossa vida minam.
Do alto assumo ser
preso ao chão que me solta
e estar como um farol assinalando
a possível e vera liberdade."
#fail
nem
mete
ouro
nem
sobre
vento
nos últimos anos escrevendo poemas
uma das coisas que descobri
é que em geral as coisas são feitas
para preencher vazios
/
olhos
/
o impulso de preencher esses vazios com
arte/poesia
é
fundamental
uma das coisas que descobri
é que em geral as coisas são feitas
para preencher vazios
/
olhos
/
o impulso de preencher esses vazios com
arte/poesia
é
fundamental
meus poemas costumam começar
de algum lugar sem luz
nós precisamos começar sem luz
para
encontrá-la
de algum lugar sem luz
nós precisamos começar sem luz
para
encontrá-la
a
palavra
amor não é fogo
que arde sem se ver
é azia mesmo
que arde sem se ver
é azia mesmo
“Eu vim para dentro e sentei-me como se fosse uma palavra
cansada. Alguma coisa trazida na palavra para dentro”
Daniel Faria
pqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpqpq?
pq sim!
é assim que tudo começa
como uma dança
um não palco
não tem iluminação
nem nada
é tudo só por dentro
afinando
afiando um punhal
sem nome
a decomposição aguda
de um coração ausente
é preciso uma dose imensa de força pra suportar
durante a peça
no escuro
o amor
quando
acende
sua
luz
como uma dança
um não palco
não tem iluminação
nem nada
é tudo só por dentro
afinando
afiando um punhal
sem nome
a decomposição aguda
de um coração ausente
é preciso uma dose imensa de força pra suportar
durante a peça
no escuro
o amor
quando
acende
sua
luz
o Mundo no meu escuro
" Romantismo tem nos atrapalhado muito; é uma filosofia incômoda. Tem feito a maioria de nossas experiências no casamento parecer desencorajadoras e exceções à regra. Nós acabamos solitários e convencidos que nossa união, com suas imperfeições, não é normal. Nós devemos aprender a nos sentir mais confortáveis com a "imperfeição", lutando sempre para adotar uma perspectiva mais tolerante, humorada, e doce sobre seus inúmeros exemplos em nós e em nossos companheiros."
Alain de Botton em artigo publicado pelo New York Times, autor do livro "The course of love"
de bordo
aero
planos
aero
plenos
pulmões
planos
aero
plenos
pulmões
temos que lidar com um gama enorme de problemas quando tentamos nos aproximar das pessoas
parecemos normais apenas para aqueles que não nos conhecem bem.
numa sociedade mais sábia, mais consciente que a nossa, uma pergunta padrão num primeiro jantar poderia ser
/
"E quais são suas loucuras?"
/
um dos benefícios de viver sozinho é ter a sincera impressão de que somos pessoas muito fáceis de conviver.
grande engano...
convivendo aparecem defeitos, devaneios e nós feitos e desfeitos a duras penas ao passar dos dias.
e ainda existem pessoas que se dizem auto-suficientes e que não querem se relacionar porque estão bem sozinhas.
e prendem o que?
na solidão só se aprende o estar sozinho. que não é ruim. mas não deve ser algo extremo. duro. interno. acomodado.
o aprendizado requer o outro. senão não existiriam professores. livros sozinhos não suspiram. não olham. não discutem. não revogam opiniões. não criam polêmicas e olhares de ódio ou alento. a solidão é coisa boa. mas não alimenta a alma. a dois, quando se aprende alguma coisa, fica interno e extremamente eterno.
parecemos normais apenas para aqueles que não nos conhecem bem.
numa sociedade mais sábia, mais consciente que a nossa, uma pergunta padrão num primeiro jantar poderia ser
/
"E quais são suas loucuras?"
/
um dos benefícios de viver sozinho é ter a sincera impressão de que somos pessoas muito fáceis de conviver.
grande engano...
convivendo aparecem defeitos, devaneios e nós feitos e desfeitos a duras penas ao passar dos dias.
e ainda existem pessoas que se dizem auto-suficientes e que não querem se relacionar porque estão bem sozinhas.
e prendem o que?
na solidão só se aprende o estar sozinho. que não é ruim. mas não deve ser algo extremo. duro. interno. acomodado.
o aprendizado requer o outro. senão não existiriam professores. livros sozinhos não suspiram. não olham. não discutem. não revogam opiniões. não criam polêmicas e olhares de ódio ou alento. a solidão é coisa boa. mas não alimenta a alma. a dois, quando se aprende alguma coisa, fica interno e extremamente eterno.
DESATO
insistir onde não lhe cabe
sem esforço
o infinito
lhe sorri
e se abre
/
insistir é como tentar abrir a porta com as chaves erradas
/
ou bater na porta de uma casa vazia até sangrarem as mãos
você só não pode desistir de você
covardia é a tortura
de quem nunca lhe dará a chance
de ser
coragem é sair da zona de conforto
aparente paradoxo:
às vezes o lugar que nos dão é miseravelmente confortável
teremos medo
até de sermos menos
em outro vínculo
diante dos nossos sonhos em outro
lugar
as rotas mudam
/
dunas de um deserto
/
devem mesmo mudar
liberte-se
dos que precisam fazer de sua dor
um circo
perceber quando não se trata de sua morada
tempo
tribo
talvez se trate da sua gaiola
cair em si:
o destino é sábio
e tenta nos poupar
cair do alto dessa prisão
outro estranho no ninho
não é preciso
pássaro ferido
entre ovos de crocodilo
desavisado
da sina de ser devorado pelos monstros que habitam os corações
antigos
habitados pelas
velhas fórmulas
nem toda história do mundo
afasta as pessoas
de serem o que são
de tanto querer agradar
perderá a graça
e ser você passa a nada
não passe a vida perguntando
se o problema está com você
e se sente necessidade
que outros lhe aceitem
por um conceito
distorcido de amor
é sinal que vem se amando pouco
ou quase nada
ou quase inútil
olhos para quem quer ver
ouvidos para quem quer ouvir
recolha os cacos de ingenuidade
e construa força
tire os sapatos apertados
e deixe-os por aí
flores nascerão na sola dos seus pés
onde havia agonia
ande descalço do mundo
para sentir o chão
tudo que parecia sufocar
andará transbordado
costurado de antigas prisões
voltará a caber em si
agora sem amarras
onde estiver
florescerá inspiração aos outros
camisa de força
é insistir no convencimento
ou na conversão alheia
não julgue
e realize o tempo
hábil para viver o belo
todas as muralhas cairão
ou por nossas mãos
ou pelas do tempo
mas sempre se trata de nós
entre nós
e todo
e qualquer
obstáculo
o infinito
lhe sorri
e se abre
/
insistir é como tentar abrir a porta com as chaves erradas
/
ou bater na porta de uma casa vazia até sangrarem as mãos
você só não pode desistir de você
covardia é a tortura
de quem nunca lhe dará a chance
de ser
coragem é sair da zona de conforto
aparente paradoxo:
às vezes o lugar que nos dão é miseravelmente confortável
teremos medo
até de sermos menos
em outro vínculo
diante dos nossos sonhos em outro
lugar
as rotas mudam
/
dunas de um deserto
/
devem mesmo mudar
liberte-se
dos que precisam fazer de sua dor
um circo
perceber quando não se trata de sua morada
tempo
tribo
talvez se trate da sua gaiola
cair em si:
o destino é sábio
e tenta nos poupar
cair do alto dessa prisão
outro estranho no ninho
não é preciso
pássaro ferido
entre ovos de crocodilo
desavisado
da sina de ser devorado pelos monstros que habitam os corações
antigos
habitados pelas
velhas fórmulas
nem toda história do mundo
afasta as pessoas
de serem o que são
de tanto querer agradar
perderá a graça
e ser você passa a nada
não passe a vida perguntando
se o problema está com você
e se sente necessidade
que outros lhe aceitem
por um conceito
distorcido de amor
é sinal que vem se amando pouco
ou quase nada
ou quase inútil
olhos para quem quer ver
ouvidos para quem quer ouvir
recolha os cacos de ingenuidade
e construa força
tire os sapatos apertados
e deixe-os por aí
flores nascerão na sola dos seus pés
onde havia agonia
ande descalço do mundo
para sentir o chão
tudo que parecia sufocar
andará transbordado
costurado de antigas prisões
voltará a caber em si
agora sem amarras
onde estiver
florescerá inspiração aos outros
camisa de força
é insistir no convencimento
ou na conversão alheia
não julgue
e realize o tempo
hábil para viver o belo
todas as muralhas cairão
ou por nossas mãos
ou pelas do tempo
mas sempre se trata de nós
entre nós
e todo
e qualquer
obstáculo
acordei
esclerousado
esclerousado
era rascunho e agora passou a limpo
calor
e nesse calor
sensação de tijolos cinzas das nuvens
prestes a desabar
a ideia da chuva
num momento de verão
é um milagre
uma guinada de nuvens
pluma-e-bem-estar
num ar quente
vitimado
refrescado
ao-vir-abaixo
até não mais
chover
e nesse calor
sensação de tijolos cinzas das nuvens
prestes a desabar
a ideia da chuva
num momento de verão
é um milagre
uma guinada de nuvens
pluma-e-bem-estar
num ar quente
vitimado
refrescado
ao-vir-abaixo
até não mais
chover
esse calor que fez hoje me faz pensar tão mal
os ventos invisíveis
causam tempestades
as pessoas visíveis
causam tempestades
quando ambos
abrandados
a Terra sofre
com os estragos
causam tempestades
as pessoas visíveis
causam tempestades
quando ambos
abrandados
a Terra sofre
com os estragos
estou entre o que o vento anuncia
e o que a tempestade destrói
e o que a tempestade destrói
a cabeça
uma fogueira
perturbada
por um vento pouco
uma coisa que passa
mas não é alento
uns punhados em branco
incinerados
acidentados
até as cinzas
jogadas á toa
contra puro fundo negro
e no entanto
não há fogo
e nos meus olhos
jamais terá
uma fogueira
perturbada
por um vento pouco
uma coisa que passa
mas não é alento
uns punhados em branco
incinerados
acidentados
até as cinzas
jogadas á toa
contra puro fundo negro
e no entanto
não há fogo
e nos meus olhos
jamais terá
seria fácil
se não fosse
impossível
se não fosse
impossível
improvável
insus
tentável
tentável
/
irrespondível
inescalável
intrínseco
invicto
intacto
incerto
inescalável
intrínseco
invicto
intacto
incerto
inseto
não tem sentido
insistir em pequenas palavras
muro de uma pedra só
peito de uma pedra só
um tijolo só
tanto quanto tudo isso
prefiro paredes inteiras
construídas de frases
e de personalidade
intacta
insistir em pequenas palavras
muro de uma pedra só
peito de uma pedra só
um tijolo só
tanto quanto tudo isso
prefiro paredes inteiras
construídas de frases
e de personalidade
intacta
a mesmice da esfinge
com sua sempre igual pergunta
me parece com certas pessoas
e seus diálogos
frequentes
com sua sempre igual pergunta
me parece com certas pessoas
e seus diálogos
frequentes
a. no ponto antes do encontro
sentimos nossas sombras
se cruzarem
sentimos nossas sombras
se cruzarem
b. (no ponto do encontro
onde nossas sombras
se cruzam)
calor
consumindo o corpo
na fala clara
do
desejo
que pulsa sobre a pele
ateando
um breve milagre
de
fogo
consumindo o corpo
na fala clara
do
desejo
que pulsa sobre a pele
ateando
um breve milagre
de
fogo
poesia no calor derrete
/
na preguiça
lentamente
mergulho o dedo na palavra
de onde escapa
um
poema
/
na preguiça
lentamente
mergulho o dedo na palavra
de onde escapa
um
poema
"To be creative is a great act of rebellion."
Symbolic Living
Symbolic Living
prefiro os tipos blasé ou low profiles. simples. flâneurs tbm são bem-vindos.
farsa você mesmo
Denilson Mendes
eu não sou só o que como ou visto , eu sou o que requeiro , recruto , leio , penso . sou o que ninguém vê
quem
me cabe
dentro
dos meus
segredos?
me cabe
dentro
dos meus
segredos?
algumas vezes
a gente tem que tomar a palavra do outro
mesmo que não seja a palavra certa
a gente tem que tomar a palavra do outro
mesmo que não seja a palavra certa
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