sábado, 3 de setembro de 2016

dos toques...

.
"o que você mais teme
acaba acontecendo
o que você mais quer
acaba acontecendo
o que ninguém espera
acaba acontecendo
o que ninguém consegue
mais conter
acaba
de acontecer"

Arnaldo Antunes. 
"o que você mais teme". 
In. agora aqui ninguém precisa de si. 
.
touch this poem




















.........................................................

antes
sol
do que
mal
esquentado

.........................................................


não me xingue
não se zangue
é só o jorro
da poesia
do meu sangue
quente


.........................................................

parto o que posso
é quase tudo
jogado
fora

componho navios
dos meus esforços

imponho
lastros
aos
meus ossos

do
resto dos sonhos
e das sombras das
sobras
restarão rastros?

.........................................................


às vezes me pergunto
como será meu futuro, poeta?
respiro fundo e penso
quando vier o poema
respondo

.........................................................


ofício

de palavras
vivi um bocado
pra chegar
a escrever
a qualquer
hora

de palavras
senti um bocado
pra chegar
nesse poema
agora


.........................................................


"tudo é risco
arrisque

leão de zôo
tem os olhos tristes"

Nelson Capucho

.........................................................


fruta amanhece
ao pé dos meus olhos
quando existe poema
num lugar qualquer


o poema cresce
de tão bonito
a olhos vistos
e cai do pé
igual choro
derramado
sem
querer

.........................................................


habitat

meu coração
é um pássaro
que habita meu corpo
#semgrades


.........................................................


queria
que a vida me seguisse
mas ela sempre

me
desobedece


.........................................................


não quero
nem
reconheço lugares
aos montes

voluntariamorte

no cheiro na pele
nos outros
sem gosto
e com
cautela

.........................................................


"Se eu fosse parar pra sabero sabor deste instantenão iria jamais perceperto que é feito o durante,a carne de cada segundo,minuto de cada poentede que é feito este mundo,sangue, esperma, poeira,não ia jamais me lembrarda trama da tarde, museuonde moram as velhas horas,nem o duro rosto deste outrooutono, matéria, mistério,nem a memória, esse mármoreem fluxo, rugido em estéreode uma incessante cachoeira."

Rodrigo Garcia Lopes

.........................................................




.........................................................

Nenhum comentário: