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" Minha poesia não tem sexo,
mas não abro mão das
preliminares. "
cris de souza
Photo by Renato Medeiros
no
meu desvio
não aparecem os sinais
eu fico parado
no sinal
reto
feito
dois de paus
dois dos outros
dourados faróis acesos
iluminados
e eu só olho para frente
a cor da faixa de segurança
com traços de memória
atravesso quando não tem carro nenhum
e do outro lado
aguarda
outro sinal
as esquinas são eternas
e eu aqui
sempre um cruzamento
como de costume
inexplicável costume
os dias passam
entre o primeiro abraço
e o derradeiro
e sem maiores explicações
transcorre a viagem
por isso
hoje eu não quero
investigar
nenhum
silêncio
só
quero um café
sem maquiagem
tem algum jeito
de se esconder
antes de se machucar?
meu coração
tende a ser alvo:
nunca
são e salvo
de
sim
fim
tante
conflitante
era uma vida
como um filme ao contrário:
nenhum fim tinha começo
a vida exposta -
um filme sem cortes:
estes ficam no corpo
prato executado às pressas:
abre-se a toalha
garfos e facas voam
sem sair de casa
quero voar
dentro de poucos
um pouco
a pauta
é a
puta
que fode
o poema
o estado em que me encontro agora
não é de São Paulo
nem de santo algum
o estado em que me encontro agora
é menos crítico
e mais cínico
eu cabeça de vento
adoro gente
que me enche de brisa
.
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