quinta-feira, 6 de junho de 2013

dos semáforos...

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" Minha poesia não tem sexo, 
mas não abro mão das preliminares. "

cris de souza

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Photo by Renato Medeiros


no meu desvio
não aparecem os sinais
eu fico parado
no sinal 
reto
feito
dois de paus
dois dos outros
dourados faróis acesos
iluminados
e eu só olho para frente
a cor da faixa de segurança
com traços de memória
atravesso quando não tem carro nenhum
e do outro lado
aguarda
outro sinal
as esquinas são eternas
e eu aqui
sempre um cruzamento

como de costume
inexplicável costume
os dias passam
entre o primeiro abraço
e o derradeiro
e sem maiores explicações
transcorre a viagem
por isso
hoje eu não quero
investigar
nenhum
silêncio
só
quero um café
sem maquiagem

tem algum jeito
de se esconder
antes de se machucar?
meu coração
tende a ser alvo:
nunca
são e salvo

de
sim
fim
tante
conflitante

era uma vida
como um filme ao contrário:
nenhum fim tinha começo

a vida exposta -
um filme sem cortes:
estes ficam no corpo

prato executado
às pressas:
abre-se a toalha
garfos e facas voam
sem sair de casa

quero voar
dentro de poucos
um pouco

a pauta
é a puta
que fode
o poema

o estado em que me encontro agora
não é de São Paulo 
nem de santo algum
o estado em que me encontro agora
é menos crítico
e mais cínico

eu cabe
ça de vento
adoro gente
que me enche de brisa

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