segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

dos sê-los...


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"Não queremos poesia,
Queremos m
ágicas, artifícios,
Procuramos tapar na exist
ência fatais vazios
E apesar de imenso esfor
ço, uma atrofia."

Wilhelm Klemm
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selo um
o tempo todo
em todos os lugares 
os cora
ções batem e bombeiam
e conversam de v
árias formas distintas 
na maioria das vezes provavelmente dizem
“estou com fome
quero ir ao banheiro
estou com sono

mas
às vezes conversam em códigos
dif
íceis de entender
tenho um coração com fala diferente 
e que n
ão acha uma resposta mínima decente
ou tradu
ção
ent
ão das coisas todas isolo
por pura falta de entendimento
 
é muito pouco o que andam dizendo
os batimentos s
ão fracos e frágeis
est
ão desaparecendo
- receio
é desaparecer junto
nessa desesperança

selo dois
faz um tempo
que estou sem poema algum
provavelmente
 
porque estou com aus
ências de rimas 
e com sil
êncios de entrelinhas
- alguma amargura
 
que desligou a poesia

selo três
e eu: lendo seu livro, 
escrevendo, teclando no note
book
e teclando com um amigo no celular
tudoaomesmotempo
para fugir um pouco dos vazios do meu aquietamento

selo quatro
eu tive fogo
s
ó tenho cinzas
quem disse que amadurecer
 
é bom
esqueceu do calor das chamas
ficou com a fuma
ça
dos dias
 
contados a partir de um sempre
lugar nenhum

selo cinco
aquela frase foi crescendo
crescendo
crescendo
 
at
é brotarem dois pontos
no final

selo seis
de que adianta minha melancolia se ela não me serve de nada?
há um desajuste de coisas internas e não há meios ou açoites que entendam tanta desolação. 
é um campo aparado e sem nada de vida que a chuva nunca consegue enxergar. 
um seco. é o que fica. 
um seco sem nenhuma explicação.
  
selo sete
 "o domingo é um cachorro escondido debaixo da cama. 
o domingo é essa eterna chuva de dentro que não passa."
Mário Quintana & Julio Carvalho.
  
selo oito
 o choro restava ali 
engasgado
quase saindo
 
e n
ão foi

último sê-lo
“não é o que o poeta nomeia, 
é o que a poesia incendeia.” 
Adaptado de Affonso Romano de 
Sant’Anna
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