terça-feira, 28 de abril de 2009

das direções...

.
pointedtex
.

.
painel farol placa de trânsito faixa de segurança meio fio guia calçada rua estrada nenhuma parada quase nada desvio ponte sobe desce alguém sabe onde fica isso o carro roda até o posto novo enguiço gasolina tanque motor fumaça do outro lado outra estrada passa boi passa boiada que nada boiada nem existe mais peço ajuda a algum rapaz que não ajuda em nada que nada mais um estágio da viagem outro pedágio depois da curva outra curva o mundo se curva e a estrada dá volta e volta e volta uma serra outra serra um morro outro morro eu morro de tédio de tanto morro socorro o pneu está furado por um maldito buraco do lado da pista outra parada não insista que banheiro agora não dá e continuo eu cuspo a poeira do caminhão que passa e entro de novo no carro com cara amarrada a viagem acaba no meio do nada e nada me conforta conforma confirma e eu de novo procuro uma volta meu deus porquê sai de casa agora devia saber que cada coisa tem sua hora será que toda viagem também tem essa cara de coisa vida mal acabada?
.

Um comentário:

Laura Fuentes disse...

Nossa, de tirar o fôlego e fazer pensar. Lindo poema em linha reta, sem pausa prá respiração.