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sem rosto
no escuro
só existe o cheiro
e a descoberta das
memórias antigas
de dois corpos
juntos
no escuro
o olhar
é só
mais uma outra forma
de sensação
virada
pro lado de dentro
do corpo
no escuro
a pele fala tão alto
e de um jeito tão grande
que os medos
se apagam
na luz
no escuro
a palavra fica sozinha
e o dizer entre os cheiros e as mãos
fica apertado
entre as milhões
de vontades
no escuro
são só as coisas indizíveis
que fazem
sentido
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Um comentário:
Julio, tão lindo isso que vou linkar na minha última postagem. Tudo a ver. Ah, amei os peixinhos da apresentação!
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