"Um texto nada é sem alguém que o escreva, sem alguém que o leia.
Ele não existe além do pensamento.
Inventado e logo morto, à espera que a mente o reinvente,
noutros olhos, noutro parecer.
Nasce e morre tantas vezes, sempre que abro ou fecho um livro,
de cada vez que te lembras ou esqueces alguém.
Os textos nunca chegam a sair de dentro.
Afloram a periferia, de boca em boca, olhos nos olhos,
para serem de novo engolidos na abstração.
Talvez por isso não façam sentido os direitos de autor,
as ideias patenteadas, a sabedoria pessoal.
A ideia de que é possível separar uma parte do todo.
O efeito da Causa.
Um texto nunca se emancipará, coitado, por mais que tente.
Podemos acreditar que sim,
e isso é tudo o que ele necessita para pensar que existe.
Pensar que andamos por aí."
DuArte
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facção
fogo
fogo
fogo
o que eu direi do fogo
da arte do fogo que me consome
do resto de mim até o sexo
eu faço um apelo
que a memória cause o seu próprio incêndio
(aqui na medula onde nasceu esse espinho de memória)
(aqui na medula onde nasceu esse espinho de memória)
seja esse o veredito
pelo ódio que me arrasta
que o outro lado da memória se apague
que seja tudo remendado no sopro das cinzas
que seja tudo remendado no sopro das cinzas
que se torne cinza
as cinzas de tudo arremessado
à fornalha do meu corpo
amém
...daí então um anjo nasce feito cicatriz
...daí então um anjo nasce feito cicatriz
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