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“Em sua luta contra a língua falada, 
as letras sorvem para si a vida da língua:
letras são vampiros.  
As linhas, criadas com essas letras que
ganharam vida, chamam-se textos. 
Etimologicamente, a palavra texto quer dizer
tecido 
e a palavra linha, um fio de um tecido de
linho. 
Textos são, contudo, tecidos inacabados: 
são feitos de linhas e não são unidos 
como tecidos acabados por fios verticais. 
Textos não contém tramas. 
Portanto a literatura  é um produto
semiacabado. 
Ela necessita de acabamento. 
A literatura dirige-se a um receptor, 
de quem é exigido que seja completada. 
Quem escreve tece fios que devem ser
recolhidos pelo receptor para serem urdidos. 
Só assim o texto ganha significado. 
O texto tem, pois, tantos significados 
quanto o número de leitores.”
(Adaptação livre do original traduzido
por Murilo
Jardelino da Costa)
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po(u)sologia
quero a venda da poesia
existe explícito
em poesia polida
sinestesia
susto
creatio I
eu disse letras e não besteiras
naquele momento
creatio II


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