segunda-feira, 17 de outubro de 2011

das desgraças...

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"poesia
hoje em dia
poevazia"


Julio Carvalho

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actually
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dentro de um café, foi ouvida a seguinte frase “poética” : uma angústia tal qual quando se observa um fungo no interior de uma tampinha de garrafa. fato: poesia sem limite e sentido. num caso grave desses, tal indivíduo merecia uma resposta assim:

poema da casa da mãe joana

na casa da mãe joana os poemas estão pelo chão nas gavetas compotas portas e pouco importa onde estão as palavras nas paredes redes estendidas e ditas gritadas janelas costelas de adão que criam uma eva morta - a veia poética da casa da mãe joana com barro com tudo misturado na maior confusão encontrada em cada buraco de rato com um laço de soneto solto sofrido apertado em cada ratoeira onde não existe nenhum gato de botas absurdas que cacem seus erros e a poesia de pouco soa já que o barulho é muito mais do que só um relógio de rimas badaladas soadas no meio da noite em que voam os morcegos perdidos sem som sem visão e basta um surto na casa da mãe joana e o poema sem graça se entranha na gente e consome quem come na mesa da sala porque poema ruim não em casa – só naquela outra casa – na casa da mãe joana que fica e entala, essa desgraça.
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