“as pedras se encontram”
reloaded by Marcelo Teodoro
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overdosis poiesis II
alguns corpos respondem em separado como folhas de um livro aberto:
só páginas fechadas conhecem a verdadeira intimidade
espero que um dia inventem uma caneta esferográvida de palavras
não é fácil não
tudo isso jogado no chão
não é fácil não
tudo isso cuspido na mão
não é fácil não
fazer tudo isso sem nenhuma razão
quando do esboço de pequenas alegrias
use os meio-sorrisos
use as meias palavras
com nenhuma reação
estética emocional:
na falta do que sentir
encheu o coração de ausências
alguns corpos respondem em separado como folhas de um livro aberto:
só páginas fechadas conhecem a verdadeira intimidade
espero que um dia inventem uma caneta esferográvida de palavras
não é fácil não
tudo isso jogado no chão
não é fácil não
tudo isso cuspido na mão
não é fácil não
fazer tudo isso sem nenhuma razão
quando do esboço de pequenas alegrias
use os meio-sorrisos
use as meias palavras
com nenhuma reação
estética emocional:
na falta do que sentir
encheu o coração de ausências
muitas vezes prefiro esse outro lugar chamado poesia
declaração de duas pessoas quando longe: estamos lutando nossas saudades
o chão de uns é feito para o futuro enquanto o de outros é só um rabisco para a sobrevivência
as últimas coisas
que eu quero
antes de eu secar
peço que peque um pouco mais
mas com certa classe
com a vontade de um cão no cio
e com a leveza de um ladrão
todo pecado é pouco
todo cuidado é louco
enquanto isso
quero ser salvo por uma razão de milagres
o amor é cheio de vãos
e vens
são muitas as
pinturas e várias demãos
sempre
mais de uma camada
no amor o difícil é o outro lado
do quadro não pintado
do ser
amado
degustação
- não tem lógica a minha escolha
- então encolha essa barriga e engula
o fio limítrofe é o fio enfeitado do fim
quero
um poema que funcione
quero
um fluxo de consciência
concreto
quero a paciência da palavra
dispersa
quero isso que a poesia faz:
recomeçar
eternamente
um trabalho de palavras
lentas
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