"Quando o medo me alcança,
quando o frio me queima,
te procuro, palavras.
Contigo, nunca estar perdido.
Contigo, sempre protegido.
Longe de ser um mestre,
longe de ser um aprendiz, que seja,
sou eu, só eu. Mim.
Para alguma coisa eu fui feito, Deus queira para ti, palavras.
Mesmo que só eu reconheça.
Mesmo que só eu te conheça,
tábua de minha salvação, primeiras impressões.
Quando me perco nos homens,
quando me assusto nos dias,
te procuro, poesia.
Contigo, seguro, adormecido.
Contigo, de tudo, entorpecido.
Longe de ser um ourives,
longe de ser um lenhador, que seja,
sou eu, só eu. Mesmo.
E de você, faço o trabalho do meu coração.
Eternamente grato."
SP 05/11/00
Jean Boëchat
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#tags
um esforço imenso para ser ameno
procuro respostas para perguntas sem casca
desvio:
faz-se adivinhações
odeio papo-frustrado
a pessoa faz, fala e não dá em nada
o caminho sempre chegando e repartindo
um olhar umbigo e um falar ambíguo
os nascimento:
nasci com esse sobrenome tão difícil de carregar
e tem dias que nem consigo nascer
o pôr-do-sol em São Paulo é um soluço: passa num susto
eu muito sensível com o pé junto do coração, aos atropelos
hoje um poeta na porta dos versos
gira a palavra na fechadura:
abre um poema
frio cruel que lembra solidão
não importa a demora desde que aconteça
amor: há quem aumente
sua lente
mascar rancor
desfazer amor
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