. "Os corpos são hieróglifos sensíveis." Octávio Paz
eternal
como contar histórias dos outros se o alfabeto é sempre terminado em Z? um senão só não dá pra tanta coisa e o mundo está cheio de letras mortas que vestem pijamas de livros e livros que sobram no fundo dos olhos dos outros
todas palavras têm um estranho senso de humor quando escrevem dos outros tudo é obviedade quando se olha por cima da pele dos outros a pele é diferente do que a gente veste
queria peles em branco e alfabetos infinitos e o internamente eterno dos outros .
. “O futuro é uma brincadeira que a gente tropeça.” Tom Zé
vide-se
segurar as sensibilidades com muito cuidado pelo lado de dentro segurar tudo pra não cair de maduro ser o tudo muito muito eu nós muita voz muito eles ser vários pontos de vista ou pontos de ouvido e não dar pontos sem nós dois juntos não ter só um rumo e não querer pessoas rasas pra não se encher de rasuras .
. “minha disposição poética??? AMAR a página enquanto CARNE numa espécie per- Versa de FODA.” Wally Salomão
de perto vê-se o médio espaço entre os dedos a pouca coisa entre as roupas os volumes e as metades os sistemas inteiros de inalação e tato e os gostos e os cheiros inéditos muito matreiros e excitantes
de perto a atração é sísmica terremotamente assustadora tanto que se olhar muito nos olhos o medo é de outro tezão ou do demais que desponta nas pontas dos dedos dos pênis e pêlos
nunca tive muita calma com as coisas. minha paciência é um relógio invertido e anestésicamente falando arranco as flores do ralo.
as casas do outro lado sempre estão tão portafechadas: um silêncio como esse às vezes mente. melhor mesmo não falar nada. nas horas sem um relógio o gosto que fica na boca é o que importa. .
. minha biologia diz que sou feito de carne e ossos crus feito minha falta feito outras reencarnações de vidas passadas a limpo sobra hoje/agora o que eu tenho de passagem e posso olhar desavisadamente .