sexta-feira, 2 de outubro de 2015

das imensidões...

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"um vento leva as ideias antigas
deixa de cabeça vazia
o nada famoso
poeta
cabeça de vento
quem sabe brota uma ideia de voar
depois"
Julio Carvalho - adaptado de Júlio Alves
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Breve Leonardo

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hellements













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separados
por uma multidão
de prédios
ser
humano
de nada
em elevadores
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essa terra quieta
emaranhado cego
me pega de surpresa
enquanto
cérebro
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pulsão
poesia
em lugar
de
um
qualquer
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signos
siga=nos
símbolos
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uns 
acertam a mão
eu acerto
dedo
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pouso 
pouco
sobre
mim
mesmo
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odeio 
gente 
que tem razão
quando me vê 
de longe
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poema para Flor

essa palavra que sai de mim
pétala
turquesa
pedra
pomar
pomo 
poesia
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quem 
doa-se
doce
no 
mar
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não sou amigo de ninguém 
a se considerar amizade
feito pensamento 
eu sou amigo
de sentimento
cada abraco
que move
comove um espaço 
diferente
dentro 
feito alento
que sopra
em nuvem de calma
as almas se sabem inteiras
sem essas palavras rasteiras 
comuns bom dia boa tarde boa noite
não existem palavras
pra emoção 
verdadeira
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assalto 
é esse susto 
da vida
não tem meio termo
não tem meio caso
se por mero acaso
se por pouco 
eu vivo
sem compromissos
comigo
não se contam
as coisas
pela passagem do vento
não se encontram pensamentos 
pela passagem de esgotos 
não se contam pessoas
pela passagem do gado
não se amam as almas 
pela estranheza do tempo
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o tempo 
é um sistema 
de portas abertas 
com horas chave 
horas chave
cada meia hora
uma e meia
as situações 
entreminutos
de pensamentos
escorrendo
ampulhetas 
o tempo
reage 
e ninguém 
foge
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coisas que dão eco
ressurgem
insistentemente 
mãos postas
ao acaso
sons dos passados 
acontecidos
esconderijos
dos tempos 
perdidos
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pessoas que não 
se separam
pessoas que percebem 
pessoas ligadas a pessoas
um permanentemente
ligado ao outro
pelos nomes
sabemos
tenho Frida e Maiakovski
tenho poesia e arte
juntas
em um mesmo lugar
em uma pessoa
e outro nome
na memória 
as coisas
especiais e especiarias
como referência 
das coisas da arte
e do coração:
Elizabeth
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determinadas coisas me dão raiva 
mais que céu em dia de chuva
alegoria pendente 
papel picado sujando rua
mais que alguma coisa em mente
medo onda cova rasa
alguém se afoga
e meu pensamento 
treme
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coração 
revólver 
mola
móvel 
sem volta
arma-que-dispara
vezes 
alma
que tempo nenhum
separa
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algodão 
algo dentro
algo denso
a tempo
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talvez
bem 
talvez
ser
essa escuridão
tenha me salvado
de um ter
remoto
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fui ali simplificar
e já volto
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só tem o problema das saudades 
- coisa que a gente nunca sabe onde colocar
num vaso 
talvez com água
num porta-retratos
dentro de algum armário
saudade é aquela coisa 
que agente esquece 
e encontra de repente 
escondida em algum lugar da casa 
uma espécie de deus
que a gente não vê
mas está sempre 
perto
saudade é um divino
inesperado
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eu era liquido e me esvaziei tanto que me perdi
alguém poderia dizer que me evaporei
mas as palavras não me deixam errar 
e o alvo volta
não consigo fugir ou esquecer
certas coisas que voltam 
de um jeito estranho
peculiar como pássaros de verão
esses bumerangues incômodos de ideias
queria evitar isso
soltando pipas ao vento
e cortando ideias velhas
alçando voos
novos
nessas folhas de papel em branco
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mutabilidade
choro
nuvens
enquanto 
chovo
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não gosto da frase
"seja feita a vossa vontade
assim na terra como no céu"
nas vontades divinas 
nem sempre temos
o que queremos
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o ser interferido não é poeta
não pode ser poeta
a poesia nasce
dos sentidos
interferido
o poeta
some
fica diluído
pelo medo de não ser
palavra
se a palavra acaba
o poeta morre
de inanição
é uma fome de sentidos
ninguém interferido
fica 
vivo
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fazer poesia 
é uma confissão de pecados
só que sem padre 
e sem nenhum deus 
no meio
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letra 
é como se eu não existisse
sem musica
ou sem poesia -
não dá
certo
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lógica sonora
ariamo
geminiamo
canceriamo
virginiamo
libriamo
escorpiamo
sagitariamo
capricorniamo
aquariamo
pisciamo
dois outros signos 
infelizmente
não 
se
encaixam
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são paulo
alguns moram
eu sou
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tiro
no pé
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olhar particular
voltar particular
partículas de olhar
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nenhum 
propósito
ocular
fixo
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